quarta-feira, 18 de maio de 2016

Insights do Congresso Americano - AAO 2016

Olá meus amigos, acabo de voltar do Congresso Americano e quero compartilhar com vocês o que vi. O Congresso ocorreu em Orlando, cidade boa para passear e também para estudar, pois o Centro de Convenções é maravilhoso...Vamos por partes:
Novidades:
- Tratamento mais rápido 1 - Novidade não quer dizer que seja boa e sim, simplesmente que é uma novidade. O maior barulho estava sendo feito por um aparelhinho chamado Acceledent, o qual o paciente compra e, durante 20 minutos ao dia põe entre os dentes para vibrar....os fabricantes falam maravilhas, o tratamento vai ser fast, no entanto, nos trabalhos mostrados nada muito promissor, pouquíssimos resultados, na minha humilde opinião, mais uma toalha para enxugar gelo.
- Tratamento mais rápido 2 - Esses nós já conhecíamos, a corticotomia e a osteoperfuração. Esses procedimentos realmente aumentam o metabolismo ósseo na região, favorecendo a movimentação dentária, no entanto, essa modificação dura só 3 meses, ou seja, se vc quiser que a velocidade continue, terá que continuar perfurando a região desejada todos os meses, como falou o precursor da técnica, Dr. Mali Alikhani, que até desenvolveu um perfurador para o procedimento e estava lá, à venda, é claro.
- Protocolos de tratamento - não vi nenhuma mudança em protocolos de tratamento, em nenhum tipo de má oclusão, mas ótimas idéias de tratamentos com mini-implantes. Por um lado isso é bom, pois significa que continuamos trilhando os caminhos já comprovados e eficazes.
- Evidências científicas - Nesse quesito gostei muito da palestra do Dr. Peter Miles, sobre evidências nos tratamentos de Classe II e ele desmoronou, com diversos trabalhos, os mitos à respeito de crescimento diferencial de mandíbula por meio de aparelhos ortopédicos funcionais ou fixos, o uso da idade óssea vertebral para distinguir a melhor fase de tratamento, a diferença em se tratar o paciente mais jovem ou mais tarde no que se refere ao crescimento final da mandíbula (não há diferença), pois essencialmente os movimentos ocasionados por esses aparelhos são dentoalveolares e as modificações esqueléticas às vezes provocadas, não se sustentam ao longo do tempo. Outra teoria que ele abordou, e essa eu gostei muito, pois sempre fui crítico à ela, é a Foot > Shoe, segundo a qual, após a expansão da maxila a mandíbula tem uma auto correção da classe II. Não passa de um novo relacionamento da MIH que busca o contato dos dentes que estão mais abertos.
- O Brasil estava bem representado por vários colegas, infelizmente só pude assistir dois deles, o Dr Nelson Mucha e Jorge Faber, ambos fizeram um palestra bastante clínica sobre Tratamentos de Classe III em adultos e Mesialização de molares com mini-placas. Excelente trabalho e deixo aqui os meus parabéns.
- Show man - Não posso deixar de relatar que hoje, como show man, o Dr Chris Chang está à frente de todos. Carismático, com domínio total do placo, clínico, excelentes casos tratados e muito bem humorado. Excelente!!
- Milagres - O departamento de milagres eu deixo por conta do que vi em relação ao tratamento com Invisalign. Um caso de mordida aberta que, segundo o autor, levou 3 meses!!! Hummmmmmm....
- Por fim, o Dr Lysle Johnston fez uma crítica contumaz à ortodontia atual, refém da industria, e falta de incentivo para a pesquisa e manutenção de professores nas Universidades Americanas. Fez questão de frisar que a geração atual surfa nas ondas provocadas por um passado de muito estudo da ortodontia, fazendo referência a reportagem que descreveu O Ortodontista como sendo aquele que tem o melhor emprego dos EUA, com ótimos ganhos, pouco stress e um dia-a-dia maravilhoso. Achei muito coerente e isso serve em escala mundial, embora nos EUA o problema seja maior. Em relação à isso, que realmente me tocou, deixo aqui uma frase para reflexão: “Pai rico, filho nobre, neto pobre.” Isso também serve para o conhecimento!
Devo ter esquecido algumas coisas e outras eu não vi, por isso não posso falar. 

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